Euribor Desceu: Boas Notícias para o Crédito Habitação em Julho

As taxas Euribor desceram para todos os prazos em junho, após o Banco Central Europeu (BCE) ter iniciado o ciclo de cortes dos seus juros diretores. Descobre as simulações do crédito habitação.

As taxas Euribor voltaram a descer em todos os prazos em junho, após o Banco Central Europeu (BCE) ter começado a cortar os seus juros diretores. Consequentemente, as prestações da casa ficaram mais baratas para os novos créditos habitação a taxa variável em julho, de acordo com as simulações do idealista/créditohabitação. Há também boas notícias para as famílias que têm empréstimos habitação e veem as prestações serem revistas este mês.

A trajetória descendente da Euribor já começou há vários meses, antecipando o alívio da política monetária do BCE. Em junho, a taxa de referência para os créditos habitação a taxa variável em Portugal voltou a descer – embora ligeiramente –, depois de o regulador europeu ter dado o primeiro passo no corte dos juros diretores na reunião realizada a 6 de junho. Assim evoluíram as taxas médias mensais da Euribor em junho:

• Euribor a 12 meses: a média mensal de junho foi de 3,650%, menos 0,03 pontos percentuais (p.p.) face a maio (3,680%);
• Euribor a 6 meses: esta taxa mensal caiu para 3,715% em junho, menos 0,072 p.p. do que em maio (3,787%);
• Euribor a 3 meses: a taxa do prazo mais curto foi a que desceu mais, passando de 3,813% em maio para 3,725% em junho (-0,088 p.p.).

Esta nova descida das taxas Euribor já era esperada pelos analistas de mercado. “A longo prazo, é muito provável que a Euribor comece a descer significativamente a partir de junho, altura em que o BCE iniciou o seu ciclo de flexibilização”, explicou David Brito, diretor-geral da Ebury Portugal, em declarações ao idealista/news. “A curto prazo, acreditamos que a Euribor se vai situar num intervalo entre 3,6% e 3,7%”, acrescentou o especialista.

Como Ficam as Prestações da Casa em Julho?

Quem estiver a considerar contratar um novo crédito habitação a taxa variável em julho vai pagar menos na prestação da casa do que quem contratou nos meses anteriores. É o que revelam as simulações do idealista/créditohabitação, baseadas num novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:

• Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem avançar com o empréstimo da casa em julho (que usa a média da Euribor de junho) vai pagar uma prestação de 773 euros no primeiro ano, menos três euros do que quem se antecipou e avançou com o financiamento em junho (que usou a média da Euribor de maio);
• Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em julho e nos cinco meses seguintes será de 779 euros, um valor sete euros inferior ao calculado para os créditos da casa contratados em junho;
• Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa em julho será de 780 euros nos primeiros três meses do contrato, menos sete euros do que quem avançou com o crédito da casa em junho.

Para quem já está a pagar um crédito habitação a taxa variável (ou mista em período variável) e tiver a prestação revista em julho, o pagamento também será menor – note-se que a dimensão da descida depende do ano do contrato e do montante em dívida. Por exemplo, há um ano a Euribor a 12 meses estava nos 4,007%, mais 0,357 p.p. do que agora (3,650%), pelo que a prestação da casa será revista em baixa. No caso dos empréstimos revistos a cada 6 meses, também haverá uma redução, já que em janeiro a Euribor estava nos 3,901%. E o mesmo se aplica à revisão trimestral da prestação: a Euribor está 0,16 p.p. inferior face há três meses.

Perspectivas Futuras para a Euribor

Agora resta saber se a Euribor continuará a descer nos próximos meses. “A partir de junho, a extensão da queda da Euribor dependerá do ritmo das próximas reduções das taxas pelo BCE”, admite David Brito, da Ebury Portugal. A próxima reunião do regulador europeu liderado por Christine Lagarde será na próxima quinta-feira, 18 de julho, e a hipótese mais aceite no mercado é a manutenção dos juros nos atuais patamares, após o corte em junho. “Atualmente, prevemos um total de três cortes este ano, pelo que esperamos que a Euribor se situe em torno dos 3% - 3,5% no final de 2024”, antecipa o especialista.

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