Entrámos num novo ano, e os preços das casas teimam em não baixar. Por outro lado, em 2023, os jovens continuam a ser afetados pela precariedade dos seus empregos e a auferir salários baixos.
Conforme revelam as conclusões do Livro Branco “Mais e Melhores Empregos para os Jovens” da Fundação José Neves e da Organização Internacional do Trabalho, os jovens portugueses têm cada vez mais habilitações, mas o mercado de trabalho não está a acompanhar essa tendência.
Por isso, o emprego nesta faixa etária continua a ser de pouca qualidade, com salários baixos, e sobretudo precário (com destaque para os contratos a prazo, mas também recibos verdes e estágios profissionais).
Neste contexto, os jovens que querem comprar casa enfrentam enormes dificuldades. É que, a precariedade é um entrave na hora de pedir empréstimo, e os bancos acabam por afastar os jovens da compra de casa. Aliás, os jovens não são o público-alvo dos bancos, porque são poucos os que lhes oferecem condições especiais no acesso ao crédito habitação.
A situação torna-se ainda mais complicada, na medida em que os preços das casas, em especial nas grandes cidades, estão cada vez mais elevados, e não se prevê que venham a baixar nos próximos tempos.
E, a agravar a situação, o empréstimo para compra de casa é, no máximo, de 90% do valor da aquisição, e não 100% como era até ao ano 2018. Para um jovem com um emprego precário e salário baixo, é muito difícil poupar os 10% necessários para a entrada.
E, muitas vezes, para financiar os 10%, os jovens são “empurrados” para um crédito pessoal, endividando-se mais, e aumentando de forma significativa a sua taxa de esforço. O que, mais tarde, pode levar a situações de incumprimento, com todas as graves consequências daí decorrentes.
A alternativa podia ser o arrendamento, mas também aí se verifica a subida dos valores das rendas, e também não é realista pensar que este mercado possa vir a mudar no curto ou médio prazo.
Embora enfrentem dificuldades, muitos jovens continuam a optar por comprar casa, porque, apesar de tudo, a prestação mensal de uma casa própria ainda compensa.
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