Queda na venda de casas, mas preços continuam a subir

O mercado imobiliário continua em alta, com os preços a registarem sucessivos aumentos, apesar da venda de casas novas e usadas estar em queda há cerca de um ano. 

A manter-se este arrefecimento do mercado, a queda da venda de casas irá continuar, o que pode levar ao ajustamento dos preços, mas eles só irão baixar quando houver mais oferta ou menos procura. 

Promotores, mediadores e consultores imobiliários apontam que a queda na venda de casas tem a ver, fundamentalmente, com o facto de a procura estar a diminuir devido à rápida e contínua subida das taxas de juro (variáveis). Mas, também, devido à perda de rendimentos reais das famílias (resultante da inflação) e as maiores dificuldades de acesso ao crédito à habitação. 

Mas, esta não é a única razão. Para a situação também contribuiu a retração da oferta. No último trimestre de 2022 reduziu 4%, e no 1º trimestre de 2023 reduziu 5%. 

Num mercado imobiliário dominado nos últimos anos pela falta de oferta de casas, a retração agora verificada agravou a situação, e deverá manter-se, em consequência da incerteza que se vive no mercado imobiliário derivada a uma conjuntura económica e monetária internacional desfavorável, e a uma incerteza jurídica e fiscal e dificuldades de obtenção das licenças de construção no nosso País. E, perante isso, os proprietários e promotores tendem a aguardar por uma conjuntura mais favorável para lançar as casas no mercado, procurando a sua valorização. 

Estes dois efeitos em simultâneo tornam o cenário pouco encorajador, com motivos de preocupação, mas não deverá ocorrer uma crise no setor, como aconteceu em 2009, e muito menos uma “bolha” imobiliária, que alguns analistas afirmam existir nos últimos anos no nosso País, como aconteceu em 2007. 

O setor do imobiliário tem um enorme potencial de investimento, e, por isso, a redução das vendas não afeta a gama alta, nacional e internacional, cuja procura é, normalmente, em zonas mais caras, e onde o crédito à habitação é residual, e, portanto, este segmento de mercado está imune à atual conjuntura. 

E, há ainda muita liquidez no mercado, basta verificar que apedar da fragilidade financeira e económica de muitas famílias em Portugal, os recentes números dos certificados de aforro revelam, em média, uma captação de 117,9 milhões de Euros por dia no 1º trimestre de 2023. 

A inflação já dá sinais de estar a baixar, e se baixar consideravelmente como é expetável, as taxas de juro deixam de subir. 

É inevitável que a tendência da subida dos preços das casas se mantenha, nos próximos tempos, porque a procura, apesar de reduzida, não é satisfeita pela oferta disponível, e, portanto, está disposta a pagar mais caro. E, não se prevê uma expansão da oferta de casas a médio prazo. 

A questão é que Portugal tem de ter a capacidade para se adaptar às mudanças que necessariamente vão ocorrer no setor imobiliário, que se encontra num momento de viragem. Até porque, o FMI (Fundo Monetário Internacional) avaliou o imobiliário em vários países, e colocou Portugal como um dos mais vulneráveis (o 8º em 27 analisados). 

O 2º semestre de 2023 será importante para nos dar uma perspetiva do futuro. 

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