As economias mundial, europeia e nacional, estão “a braços” com um indicador económico que não para de crescer: a inflação. Depois de vários anos em níveis baixos, a subida começou a sentir-se no final do ano passado, e assistimos atualmente a uma escalada de preços que é uma preocupação para as famílias e para as empresas.
A inflação traduz-se num aumento geral dos preços dos bens e serviços. E, gera a diminuição do valor da moeda ao longo do tempo, porque, com o mesmo dinheiro compra-se menos hoje do que ontem.
A inflação é uma percentagem que corresponde à variação do IPC (índice de preços no consumidor). Este índice é composto por um cabaz de bens e serviços, que são alvo de ponderação, e que replica os gastos médios das famílias.
O nível de inflação depende de cada economia, mas existem dois factores fundamentais que explicam esta subida rápida:
Em Portugal, a inflação já atingiu níveis de 1993, ou seja, de há quase três décadas atrás. De acordo com o INE (Instituto Nacional de Estatística), o IPC registou 5,3 % em Março, 7,2% em Abril, e 8% em Maio.
Para este valor de Maio (ainda provisório), contribuiu a subida de 27,2% nos preços dos produtos energéticos, e 11,7% nos produtos alimentares.
Mas, a pressão nos preços está a fazer-se sentir na generalidade dos bens e serviços, contagiando toda a economia no nosso País, com efeitos diretos e indiretos nos orçamentos familiares e nas contas das empresas.
A inflação tem efeitos quase imediatos nos orçamentos familiares e nas contas das empresas:
A inflação tem também efeitos indiretos nas famílias e nas empresas, como:
As poupanças são um “balão de oxigénio”, mas se a inflação se mantiver alta durante muito tempo, terá efeitos negativos no custo de vida, no nosso dia-a-dia, porque a inflação é como um “imposto escondido”.
Por isso, o objetivo deve ser inverter esta tendência, a curto prazo, porque é fundamental que a inflação baixe, permaneça estável e previsível, situando-se idealmente nos 2% a médio prazo.
Só assim será assegurada a estabilidade dos preços, que é o melhor contributo para garantir o crescimento económico e a segurança do emprego, ou seja, melhorar o bem-estar das pessoas.
Porque, a estabilidade dos preços: permite tomar decisões mais adequadas em termos de consumo e de investimento; reduz a remuneração adicional das taxas de juro; contribui para a estabilidade financeira; evita a distribuição arbitrária da riqueza e dos rendimentos.
Apesar de vivermos meses preocupantes, a inflação deverá abrandar depois do Verão. As previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o ano de 2022 apontam para que na Zona Euro a média da inflação se situe nos 5,3% e, em Portugal, nos 4%. Apesar de haver muitos economistas que afirmam que este ano a média da inflação será no nosso País de 6%.
Para o ano de 2023, as previsões são ainda mais otimistas: na Zona Euro, deverá cair para 2,3% e, em Portugal, deverá descer para 1,5%.