Depois, houve várias medidas dos governos de todo o mundo que ajudaram a minimizar os efeitos da crise gerada pela pandemia da Covid-19 nas carteiras de muitas famílias, como, por exemplo, colocando milhões de pessoas em teletrabalho e criando medidas para evitar o desemprego em massa, como foi o caso do ‘lay-off’ em Portugal.
A par do confinamento, que levou a um abrandamento do consumo, isto fez aumentar as poupanças de muitas famílias pelo mundo. Em Portugal, os depósitos dos particulares atingiram mesmo níveis históricos em julho de 2021, alcançando os 169.910 milhões de euros, segundo revelou recentemente o Banco de Portugal.
Por outro lado, o tempo passado em casa, não só chamou a atenção das pessoas para a importância de valorizar os espaços do lar – sobretudo os espaços ao ar livre, como jardins e varandas – e levou muitas a pesquisar casas online. De acordo com o FMI, a procura de casas na internet disparou em vários países tendo mesmo registado níveis recorde nos Estados Unidos, por exemplo.
Todos estes fatores influenciaram o aumento da procura, para uma oferta de casas que nalguns mercados – como é o caso do português – é estruturalmente escassa. A construção seguiu o seu rumo durante a pandemia – mostrando-se resiliente – mas tem vindo a ver a sua atividade afetada por interrupções no fornecimento de materiais, pelo aumento dos preços dos materiais e ainda pela escassez da mão de obra, aponta o FMI. Tudo isto atrasou os processos de construção um pouco por todo o mundo e, em resultado, retardou a colocação de mais casas no mercado.
É este desequilíbrio entre a procura e a oferta de casas um dos responsáveis por grande parte do dinamismo dos mercados imobiliários durante a pandemia, conclui o FMI, que sublinha ainda que os políticos e os governos dos quatro cantos do mundo estão atentos e a acompanhar de perto os desenvolvimentos do setor.